Oziel Ticuna 18 - SOU ESTUDANTE INDÍGENA DA UnB


 Capítulo 18 - Sou estudante indígena da Universidade de Brasília - UnB
   
        Senhores, hoje vamos falar sobre a minha experiência de vida na UnB. 
    Eu sou Oziel Filho, estudante indígena do povo Ticuna, natural de  Santo Antônio do Içá - Amazonense,  da Comunidade Indígena Vila Betânia - Mecürane, eu tenho 3 irmãos e 2 irmãs, comigo 6 pessoas, contado o meu pai e minha mãe, total de 8 pessoas. 

    Eu sou filho médio da minha família, porque sou 4 filho, do meu Pai Oziel e da minha Mãe Betina, sempre vivo longe sozinho, por causa dos meus estudos, desde criança estudava longe, sempre passava natal, ano novo, dia das mães, dia dos pais e dia das crianças sozinhos. Sou do tipo de cara que é feliz, alegre, atencioso e carinhoso com tudo mundo.

     Eu sou conhecido como Oziel Ticuna nas rede sociais, atualmente, moro aqui em Brasília - DF, desde 22 de Julho de  2019. Passei no vestibular indígena em dia 23 de março de 2019, entrei no segundo período na universidade de Brasília,  sou único filho da minha mãe que estuda na universidade pública, porém, sempre respeito a decisão dos meus irmãos (a). Sempre tive sonho de entrar na universidade, enfim, hoje realizei o meu sonho de estudar nos melhores universidade de Brasília com muito orgulho, representando meu povo Ticuna, Cursando Administração. 

    A minha vida na universidade não é fácil, mas, mesmo tempo alegre. O motivo de ficar triste, porque não conhecia ninguém, mesmo tempo alegre, porque eu me tornei parte dela e sei que meu sonho se torna realidade e nela posso conseguir alcançar o meu objetivo profissional. 

    Quando cheguei aqui em Brasília, não conhecia ninguém realmente, pelos menos conheci meu parente Iury Felipe que já estudava aqui, antes de mim, em dois messes morava na casa dele, eu e mais 7 pessoas, logo em seguida, eu e um colega chamado Darilson Flores, decidimos alugar uma casa no mesmo bairro e saímos na casa do meu colega. Hoje o meu colega Iury, para mim é um exemplo verdadeiro,  ainda considero ele como irmão, sou grato a ele por ter nos ajudados. 

    Quando pisei e entrei na universidade pela primeira vez, não conhecia ninguém, fiquei perdido, fiquei triste e fiquei desesperado. Fiquei perdido, por que a universidade é imensa, triste, porque sentia falta da minha família, desesperado, porque eu não sabia onde ficava a minha sala, tive que correr atrás (riso). Tenho certeza que isso era somente uma experiência de vida e uma aprendizagem acadêmica. É algo novo para me adaptar com a nova ambiente. Hoje a minha história é divertida e vale apenas contar com vocês. 

    Mas, com o passar do tempo, dias, horas, semanas e meses, conheci a professora Siegrid, uma professora da criatividade, que mudou a minha história de vida, hoje eu conto com a presença dela na minha vida profissional. Eu a respeito muito, também me tornei pesquisador no projeto de iniciação cientifica, onde ela é coordenadora, cheguei a conhecer também o sr. Pedro e a professora Helena, ambos me motivam até agora. 

    Logo em seguida, conheci vários colegas: William, Railson,  Paulo, Larissa, Dinho, Adolfo, Derick, Rennan e entre outros. Dentro da universidade me sinto tão honrado, bem recebido, principalmente pelos coordenadores (a) indígenas da maloca, especialmente, a dona Claudia, Jessica, Debora e Patricia. 

    Com a presença destas pessoas me sinto tão feliz, me sinto familiarizado com o tudo mundo e colaborando também com a minha dedicação na universidade. 

    Hoje, eu quero dizer obrigado a todos, é uma honra conhecer vocês, estudar aqui na universidade de Brasília já é uma passo de alcançar o sucesso, mas, ainda há dificuldade, porém, amo o desafio da vida.  Trazendo e inserindo a nossa história, tradição e simbolismo na universidade, significa vencer e conquistar o espaço. Incluindo nosso talento e habilidades. Principalmente, a valorização da nossa  arte, cultura,  língua, auto identidade e pintura corporal. 

Att, 

Oziel Ticuna

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